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ARTIGO: Combater a violência contra a pessoa idosa é compromisso de todos!

Autora: Marina Mendes, Coordenadora de Atenção à Saúde do Departamento de Qualidade de VIda da UFRPE, Doutora em Saúde Internacional - Universidade Nova de Lisboa - UNL/IHMT.
 

Como enxergamos a velhice e o envelhecimento, atualmente? Será que pensamos, ao longo de nossas vidas, sobre como será a nossa velhice? Essas questões passam a ser cada vez mais importantes para a sociedade, pois vemos um aumento rápido da população idosa em vários países, como no Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a violência contra a pessoa idosa como “ação única ou repetida, ou falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento onde exista uma expectativa de confiança, que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa”. Dados do relatório da OMS indicam que pelo menos 15,7% da população idosa está passando por algum tipo de violência. Isso significa que um em cada seis pessoas com 60 anos ou mais sofre violência em todo o mundo [1].

No Brasil, o Estatuto do Idoso, promulgado pela lei no 10.741 de 2003, descreve a violência contra o idoso como “qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico [2]. A violência pode ocorrer de várias formas, como física, psicológica ou emocional, financeira, além da negligência. As mulheres idosas são maioria entre as vítimas.

A pandemia de covid-19 trouxe um aumento nos casos de violências contra a população idosa. Sendo parte do grupo de risco, essa parcela da população foi forçada a mudar seus hábitos adotando a quarentena para garantir sua saúde. No entanto, essa medida de isolamento, por mais efetiva que seja para diminuir o contágio do vírus, acabou aumentando o número de casos de violência em 2020 [3].

 A Organização das Nações Unidas estabeleceu 15 de Junho como Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, data na qual as ações se dirigem contra a naturalização de práticas violentas e suas várias manifestações [4].

 A violência não pode ser vista de forma parcial, unidimensional, mas deve ser levado em consideração suas diversas dimensões e entender que há uma interdependência entre os tipos e fatores associados. Nesse sentido, entende-se que a violência é um problema de saúde pública e, portanto, merece um tratamento especial, bem como a elaboração mecanismos que permitam a prevenção e controle.

O Departemento de Qualidade de Vida da UFRPE apoia a campanha de mobilização em prol de uma sociedade que respeite e garanta os direitos das pessoas idosas. Isso requer de todos um compromisso coletivo para criar e fortalecer a cultura do envelhecimento, na qual existam condições de produzir novos significados, valores e horizontes para se viver e envelhecer no século XXI.

 

Onde procurar orientação ou denunciar:

– Unidades municipais de saúde;
– Delegacias;
– Disque 100 (Direitos Humanos);
– 190: Policia Militar (para situações de risco eminente)

Referências

1.World Health Organization (WHO). Global status report on violence prevention.    

Geneva: WHO; 2014.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso / Ministério da Saúde. – 3ed. rev.     

Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf

3. Moraes CLD, Marques ES, Ribeiro AP, Souza ERD. Violência contra idosos durante a pandemia de Covid-19 no Brasil: contribuições para seu enfrentamento. Ciência Saúde Coletiva, 2020;.25, 4177-4184.

4. United Nation. World Elder Abuse Awareness Day 15 June

[Internet].https://www.un.org/en/observances/elder-abuse-awareness-day