Na última quinta-feira (30/01), a UFRPE recebeu equipe do Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef), no Malawi, para estreitar laços com o Laboratório de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Geosere). A iniciativa visava a troca de conhecimentos em torno do uso de tecnologias para soluções de problemas em saúde. A comitiva vinda à universidade foi composta por três diretores da Unicef e representantes do Ministério da Saúde do país africano.
De acordo com Onísio Leal, consultor técnico da Unicef Malawi e pesquisador da Universidade de Zurique, o grupo já passou por São Paulo e finalizou suas atividades em Recife, onde ficou por mais tempo.
Segundo Onísio, a UFRPE apresenta muito pontos em comum com a proposta da organização: “Nós estamos fazendo essa missão para, de fato, prospectar cooperação internacional, parcerias, transferência de tecnologia e estreitar essa relação com lugares onde há problemas semelhantes como o que se tem no Brasil”, conta. Segundo ele, o Geosere é referência nacional dentro da área em que pesquisa e ajudaria a evoluir os processos de levantamento de dados já feitos no país africano, como mapeamento das unidades de saúde e dos surtos de cólera.
A Unicef desenvolve trabalhos para promover e proteger os direitos das crianças e mulheres no Malawi. A vinda dos representantes acontece após encontro em novembro de 2018, no país africano, cujas atividades giraram em torno do projeto que visava acompanhar o desenvolvimento de crianças ao longo de 18 anos com o uso de tecnologias vestíveis - dispositivos inteligentes que o usuário literalmente veste e usa como se fosse um acessório. O projeto, promovido pela Universidade de Zurique (Suíça), levou uma equipe de pesquisadores de Recife. Após o encontro piloto, a equipe da Unicef entrou numa caravana pelo Brasil para saber de onde sai as inovações tecnológicas. Um dos lugares de passagem da comitiva foi a UFRPE.
As perspectivas do encontro buscavam gerar uma troca de conhecimentos e, segundo Onísio, a reunião levantaria “as expertises do Malawi em viver num lugar de escassez altíssima e como é possível aprender práticas para tornar mais eficientes os recursos no Brasil”, conta.
O professor e gestor do Geosere, Hernandes Pereira da silva, vê a missão como animadora para o laboratório. “A reunião permitiu que a UFRPE possa alcançar seu destaque na área de pesquisa, principalmente na área de geotecnologias aplicadas a várias áreas do conhecimento”, se alegra. Após os acordos, o laboratório poderá atuar nas áreas ambiental e humana dentro das atividades desenvolvidas pela UNICEF, no Malawi. Ainda segundo o docente, há possibilidade de parcerias para além das pesquisas, como, por exemplo, no desenvolvimento de tecnologias por meio do Geosere.
Texto: Tarisson Nawa