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I Mostra de Cinema Indígena movimenta UAST/UFRPE

Indígenas de etnias diversas marcam presença no evento

Comunidade assiste filmes realizados por cineastas indígenas
Comunidade assiste filmes realizados por cineastas indígenas

Comunidade assiste filmes realizados por cineastas indígenas

A realização da I Mostra de Cinema Indígena foi uma experiência de luta e resistência, na qual cineastas de diversas etnias apresentaram não só as suas produções audiovisuais ao público presente, mas também buscaram contribuir na superação de preconceitos e na busca pela garantia dos direitos das populações indígenas e povos tradicionais brasileiros. Realizada na Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST), nos dias 14 e 15 de dezembro, a Mostra foi uma oportunidade de encontro e diálogo entre a comunidade universitária e importantes etnias brasileiras.

Realizado pelo Grupo Macondo: Artes, Culturas Contemporâneas e outras Epistemologias, o evento contou com a exibição de filmes dirigidos por cineastas das etnias Fulni-ô, Guarani e Pankararu. Debates e rodas de conversa, apresentação de dança com o grupo Pankararu Opará e feira de artesanato indígena completaram a programação.

Além dos filmes, debates e rodas de conversa aprofundaram temática indígena
Além dos filmes, debates e rodas de conversa aprofundaram
temática indígena

Além dos filmes, debates aprofundaram temática indígena

"A Mostra foi um momento importantíssimo de diálogo dos povos indígenas de todo o Brasil e também de interlocução com a sociedade civil não-indígena", ressaltou a docente, coordenadora do Macondo, em entrevista para o vídeo produzido para a Mostra.

Paula também destacou o caráter político que a construção da I Mostra de Cinema Indígena incorpora no atual contexto. "Estamos inseridos nesse momento de grave crise, de afronta aos direitos dos povos tradicionais, de afronta aos direitos das minorias - que são maiorias no Brasil, diga-se de passagem - e cada vez mais é preciso criar estratégias de resistência e luta", enfatiza a professora da UAST.

Para os realizadores, a I Mostra foi uma oportunidade para apresentar suas produções e também para a troca de intercâmbios entre os cineastas. "O evento está sendo muito interessante para nós, povos indígenas, por ser nossa primeira mostra 100% indígena aqui na região e também por conhecermos os outros cineastas, que estão aqui com seus trabalhos", comentou Graciela Guarani, que trouxe à mostra os filmes "Mãos de Barro" e "Terra Nua", produzidos em parceria com Alexandre Pankararu.

Graci Guarani (ao centro) e Alexandre Pankararu (à direita)
Graci Guarani (ao centro) e Alexandre Pankararu (à direita)

Graci Guarani (ao centro) e Alexandre Pankararu (à direita)

Alexandre ressalta a importância do cinema como estratégia de empoderamento e superação de preconceitos. "É uma oportunidade de mostrar nossas produções e desmistificar muito essa visão folclórica que os não-indígenas têm contra nós", ressaltou o cineasta.

Na mesma direção, Hugo Fulni-ô destaca o cinema como espaço de resistência e luta. Ele diz que pelo cinema é possível "apresentar ao público as questões indígenas de luta, a resistência dos povos indígenas do sertão. Trabalhamos para registrar os aspectos culturais do nosso povo, mostrando como os povos indígenas vivem hoje, mantendo suas culturas e linguagens", enfatizou.

Comunidade da UAST participa ativamente da programação
Comunidade da UAST participa ativamente
da programação

Comunidade da UAST participa da programação

DIÁLOGO COM A COMUNIDADE

Para a comunidade universitária da UAST o contato com os povos indígenas e suas produções cinematográficas foi uma oportunidade para conhecer melhor as culturas das diferentes etnias.

"O evento é muito legal por conhecermos novas culturas, novas pessoas também. Percebo que a gente se prende muito ao que aparece na mídia, e não conhecemos direito essa realidade. Com o contato direto a gente consegue ver realmente como é a vida do índio no Brasil", diz a estudante Tayna Hellen, monitora na Mostra. "Foi muito bonito o Toré, que é um rito de abertura, de início. Ver isso de perto pela primeira vez é emocionante", completa Isabel Lima, também monitora.

Para o professor da UAST Caio Sotero, a I Mostra de Cinema Indígena também permitiu um diálogo entre os saberes indígenas e acadêmico. "É um lugar de muito aprendizado. Vejo alguns contatos de problemáticas apresentadas nos filmes que dialogam com minha área de saber, a sociologia", afirmou. O docente aponta discussões sobre ecodesenvolvimento, desenvolvimento local sustentável, entre outras, que são trabalhadas em sala de aula e foram problematizados nos filmes apresentados.

Segundo a organização da I Mostra de Cinema Indígena, espera-se que esta seja a primeira de muitas edições da Mostra de Cinema Indígena. "Espero que a Mostra abra caminhos e que aconteça não só na UAST, mas em outras instituições. Estamos abertos à parcerias e colaborações", enfatizou Paula Santana.

Confira abaixo o vídeo da I Mostra de Cinema Indígena:
 

 

Confira abaixo outras imagens da I Mostra de Cinema Indígena.

 

Danças e atividades culturais também fizeram parte da programação

Danças e atividades culturais também fizeram parte da programação

 

Diálogo entre indígenas e comunidade ajudou a superar preconceitos e estereótipos

Diálogo entre indígenas e comunidade ajudou a superar preconceitos e estereótipos

Grupos de diversas etnias marcaram presença na Mostra

Grupos de diversas etnias marcaram presença na Mostra

Grupo Macondo foi o responsável pela organização da I Mostra de Cinema Indígena

Grupo Macondo foi o responsável pela organização da I Mostra de Cinema Indígena