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Pesquisadores da Universidade de Nebraska e da UFRPE finalizam estudo sobre zika vírus

equipe de pesquisadores gravando entrevista com cuidadora

Pesquisadores da Universidade de Nebraska Lincoln estiveram, nesta terça-feira (11/06), no Campus Sede da UFRPE para um dos trabalhos de finalização de projeto conjunto acerca da condição psíquica de cuidadores/as de crianças com a Síndrome Congênita do Vírus da Zika.

Na ocasião, além das trocas de conhecimento, foram realizadas e documentadas, em recursos audiovisuais, entrevistas com cuidadoras que participaram do estudo. Na UFRPE, as pesquisadoras Pompéia Villachan-Lyra e Emmanuelle Chaves são responsáveis pela pesquisa, por meio do Núcleo de Investigação em Neuropsicologia, Afetividade, Aprendizagem e Primeira Infância (Ninapi), do Departamento de Educação.

O projeto é um dos frutos da parceria entre a Universidade de Nebraska-Lincoln e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, que envolve diversos pesquisadores de ambos os países.

No caso das crianças com a Síndrome Congênita do Vírus da Zika, a UFRPE foi convidada por ser referência na pesquisa acerca da temática, tendo inclusive integrado as Redes de Inclusão do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A professora Pompéia Villachan-Lyra também participa de outros projetos ligados à microcefalia associada à síndrome e outras alterações do neurodesenvolvimento, tendo lançado, neste ano, um Guia prático para profissionais da educação, pela Appris Editora.

Os estudos em parceria com Nebraska tiveram origem em 2016 e que já estão sendo apresentados os primeiros resultados. Segundo a pesquisadora Emmanuelle Chaves, foi identificado que há mais níveis de depressão entre cuidadoras – a maioria são mulheres – do que de ansiedade. “Há relação com o nível de estresse das famílias em função da rotina com essas crianças, os poucos recursos e as estratégias de enfrentamento dos problemas”, destacou.

O depoimento de uma das participantes da pesquisa, Inabela Tavares, mãe de Grazi, 3 anos,  ilustra um pouco dessas situações com as quais muitas se deparam. Segundo Inabela, além de lidar com as dificuldades e, muitas vezes, impossibilidades de trabalhar, as cuidadoras enfrentam olhares e situações vexatórias para elas e para as crianças. “Uma vez cheguei a apanhar de um senhor, no ônibus, e minha filha ainda foi chamada de monstro”, contou. As dificuldades, porém, de acordo com a mãe, foram sutilmente amenizadas com as informações, instruções e acompanhamento, bem como as experiências adquiridas. “A gente aprendeu a ver a criança não como um peso, e nos empoderamos, estimulamos, e hoje podemos passar para as próximas mães, que agora já terão as respostas que nós não tivemos na época”, ressaltou.

A equipe de pesquisadores do projeto de cooperação ainda se reuniu com a reitora da UFRPE, Maria José de Sena, no final da manhã, seguindo para outros trabalhos de andamento do estudo.