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Evento sobre paisagista Burle Marx chama atenção para a Praça Salgado Filho

  A fim de sensibilizar estudantes das escolas da redondeza e população em geral para visitarem a Praça Salgado Filho/Praça do Aeroporto, que é um jardim histórico projetado pelo paisagista Burle Marx, além de estimular a função de guardiões do Jardim do Aeroporto e a prática de ações jardineiras para o cultivo dos jardins de suas casas e da cidade do Recife, a equipe do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) promove, nos dias 19 e 24 de agosto, palestra e o evento Converse com a Praça e com os Jardineiros. O evento educativo ocorre na  praça mencionada, com a participação da Erem Professor Fernando Mota.

Os encontros integram a 13ª Semana Burle Marx e 100 Anos da Semana de Arte Moderna. 

PROGRAMAÇÃO

Palestra sobre o paisagista Roberto Burle Marx e os 100 anos da Semana de Arte Moderna;

Palestrantes: doutorando Wilson Feitosa e mestranda Maiara Mota do Laboratório da Paisagem do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE.

Data: 19 de agosto; Horário: 10h; Local: auditório da EREM Professor Fernando Mota (Rua Copacabana s/n, Boa Viagem; telefone: 31813052).

2. Encontro Converse com a Praça e com os jardineiros

Coordenação: Prof. Ney Dantas e professores do Laboratório da Paisagem e jardineiros do Jardim Botânico do Recife.

Data: 24/08; Horário: das 10h às 11h:30; Local: Praça Salgado Filho.

Sensibilização: os estudantes seriam estimulados a desenhar ou escrever sobre a conversa com a Praça e com os jardineiros.

Material a ser providenciado: pranchetas, lápis de cor, papel A4, camisas.

HISTÓRICO

Há alguns anos, a Praça Ministro Salgado Filho ou Praça do Aeroporto encontra-se afastada do convívio com os recifenses e turistas e a cada dia a sua situação de abandono se agrava. Ela foi criada pelo paisagista Roberto Burle Marx para ser o jardim do conjunto arquitetônico moderno do Aeroporto dos Guararapes, em 1957. O ponto focal do jardim é o espelho d'água de formas curvas e com vegetação aquática que norteia todo o traçado dando ritmo e movimento ao jardim. Esse jardim pode ser compreendido como um microcosmo do Parque del Este na cidade de Caracas, também projetado por Burle Marx no mesmo ano (1957), e que simboliza nossa conexão paisagística com a América Latina.

A implantação do Novo Terminal do Aeroporto Internacional do Recife – Gilberto Freyre, no ano 2000, excluiu a Praça da estrutura criada, rompendo a relação da unidade arquitetônica moderna – edifício e jardim – o que contribuiu para o seu abandono e descaracterização.  Foi restaurada em 2013 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, em 2017, como parte de um conjunto de seis jardins históricos do Recife. Vale a pena lembrar que no interior da área do antigo prédio do Aeroporto, que hoje encontra-se em ruínas, existem dois painéis do artista plástico Lula Cardoso Ayres.

Contudo, a falta de conservação acarretou, novamente, a perda dos seus atributos. O isolamento da Praça Salgado Filho faz com que ela se apresente como uma espécie de jardim-ilha, circundada por um mar de tráfego de grande fluxo e alças de viadutos de acesso ao entorno e ao próprio aeroporto. Não bastasse a dificuldade de acesso por parte da população, os que conseguem nela chegar para fazer uso das paradas de ônibus se deparam com uma realidade insalubre e sem vitalidade.

A frase do poeta Mário Quintana nos leva a refletir bastante sobre nosso compromisso com a conservação desse jardim histórico: “O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente… E assim é com a vida, você mata os sonhos que finge não ver”.