Nos dias 21 a 23 de agosto, aconteceu o III Workshop de Mulheres na Matemática (WMM) no campus sede da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O evento, em sua terceira edição presencial, além de contar com uma edição online durante a pandemia da Covid-19, é promovido pela UFCG em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

O WMM tem como objetivo viabilizar o intercâmbio científico entre estudantes e pesquisadoras da região Nordeste e de outras regiões do Brasil, bem como divulgar as iniciativas e projetos de extensão realizados por professoras e pesquisadoras na Matemática. A ideia é contribuir para uma maior difusão das pesquisas desenvolvidas por mulheres nas mais diversas áreas da Matemática, além de promover a discussão dos mais variados temas relacionados à questão de gênero. Além de palestras, o evento contou com apresentações culturais e mesas redondas sobre temas de relevância social como maternidade e violência, em busca de proporcionar um espaço de acolhimento para todas as participantes do evento.

Em termos de números foram cerca de 126 inscritos(as), dentre estes 12 apresentações de comunicações científicas, 63 de pôsteres, 5 vídeos de divulgação de projetos e iniciativas e 4 vídeos de relatos de experiências. Além de 10 palestras e duas mesas redondas.

Segundo a professora e organizadora do WMM, Pammella Queiroz, da Unidade Acadêmica de Matemática (UAMat), esse é o único evento da região Nordeste consolidadamente para tratar de questões de gênero na Matemática. “Aqui a gente trata das questões de gênero envolvendo ensino, pesquisa, violência, maternidade e várias outras questões,” explicou Pammella.

A também organizadora do evento professora Maité Kulesza, da UFRPE, menciona a relevância do evento pela preocupação com o papel da mulher na academia, em especial na área de Matemática, uma vez que há menor representatividade feminina nesta área de atuação. “Isso é um problema muito grande pra nossa sociedade, porque temos uma sociedade diversa, então, para a gente pensar ciência, precisamos pensar a partir de várias perspectivas. Isso vem sendo discutido há um tempo – da importância das meninas nessa área (que tem muita evasão),” afirma Maité. A professora ainda menciona a dificuldade da mulher se manter no mercado de trabalho devido a questões de maternidade, violência de gênero, etc. “O evento trabalhou todas essas questões e discutiu qual o papel dessa mulher cientista dentro da Matemática. Que tipo de estratégias ela pode ter não apenas para se manter atuante e chegar ao topo da carreira, mas também como manter suas alunas e seus alunos,” completou a professora.

A participação da comunidade acadêmica da UFRPE foi muito expressiva, durante o evento. Além das 3 professoras que compõem a comissão organizadora, contou-se com 2 professoras palestrantes, sendo uma delas da Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho e 1 professora mediando a mesa redonda sobre maternidade. Houve também a vinda de duas delegações para apresentações de pôsteres: uma da Sede, com 16 alunas(os) e 1 professora; e outra da Unidade Acadêmica de Belo Jardim com 13 alunas e 2 professoras.

É importante salientar que a UFRPE (Sede, UACSA e UABJ) apresentou 8 pôsteres, 2 comunicações, 3 divulgações de projetos, abrindo espaços não somente para as alunas, egressas e professoras, mas também para alunos e professores.

Confira algumas fotos do III Workshop de Mulheres na Matemática na UFCG.

Espera-se participação ainda maior na próxima edição, que será na UFRPE.