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O Recife Holandês

Esta é uma série de três matérias sobre um período da história de Pernambuco, no qual um dos marcos da cidade existiu e o contexto histórico da época. Os links para as outras duas partes estão disponíveis no final deste texto. 

 

Embora conturbada, a invasão holandesa trouxe ao Recife a expansão dos negócios da cana, tornando-a uma das cidades mais importantes do Novo Mundo e sede do governo do Brasil Holandês, desenvolvendo e ampliando suas atividades. 

Sob administração de Mauricio de Nassau, Recife passou por diversas mudanças e dividiu-se em um núcleo urbano, o Porto e a Cidade Maurícia – que hoje correspondem aos bairros de Santo Antônio e São José- desenvolvida pelo arquiteto Pieter Post para ser sede do seu governo e local de residência.

Recife passou por uma importante urbanização, foram construídos pontes, canais, diques e edifícios, além do jardim botânico, o museu natural e o observatório astronômico, o primeiro da América. Outros arquitetos e engenheiros auxiliaram na urbanização de Recife, focando principalmente no saneamento básico.


Vista da Cidade Maurícia, Frans Post, ost, 1657. Coleção pessoal de Jacques Ribemboim

Em 1638, para reforçar o papel defensivo da cidade, Nassau ordenou a restauração do Forte do Picão, desenvolvida por engenheiros holandeses, que por serem de religião protestante, decidiram retirar os nomes de santos católicos dos fortes de São Francisco (Picão) e São Jorge, passando a chamá-los de Castelo do Mar e Castelo da Terra, respectivamente. Também é desta época a construção de diversos outros fortes à beira do mar, como o Forte do Brum e o Forte Orange, visando o fortalecimento da defesa das áreas ocupadas, além, claro, da ampliação dos limites do Recife para fins residenciais.

Com a reorganização e urbanização do Recife, a cidade passou a receber muitos intelectuais e pessoas interessadas na riqueza natural, assim como no comércio que tinha ganhado ainda mais força. Mas o Recife Holandês não resistiu por muito tempo, a forte oposição dos portugueses devido aos impostos e questões religiosas, acabou resultando na insurreição pernambucana, que logo veio a expulsar os batavos das terras Nordestinas.

Entre idas e vindas, batalhas e conquistas, Recife teve sua história transformada e anulada, com o decorrer do tempo. O Forte do Picão foi demolido e a identidade pernambucana deteriorada.  “O Forte, se reerguido, funcionaria não só como um instrumento de resgate da nossa história, mas da identidade que perdemos. Seria a reconstrução da autoestima do antigo Recife Açucareiro, hoje conhecido apenas por parte da população”, afirma Jacques Ribemboim.

Parte 1
Parte 2