A pandemia da Covid-19 trouxe para a humanidade uma quebra de rotina abruta e uma nova realidade que precisou ser encarada. Restrições sociais, lockdown, uso de
máscaras, álcool em gel ficaram em evidência nestes último ano. A rotina de exercícios das pessoas também sofreu com a crise sanitária global. De repente, não era possível correr em parques, praças ou ir à academia ou praticar esportes coletivos.
O que para muitos foi um martírio, para outros foi uma oportunidade de reinventar as atividades físicas dentro de casa. Uma das atividades que ganhou muita visibilidade foi o ciclismo virutal. A modalidade, que já teve dois campeonatos com rankeamento, é uma das atividades virtuais que mais cresceu no Brasil. A modalidade estreou
nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) em 2021 e o Comitê Olímpico Internacional (COI) cogita inserir o esporte como modalidade de entrada dos esportes eletrônicos nos Jogos Olímpicos.
O docente Jones Albuquerque, do Deinfo, é praticante do ciclismo virtual há 10 anos e durante a pandemia participou do GP BRasil, terminando a competição com
a segunda colocação na categoria Master C-1, para atletas de 50 a 54 anos. "Em 2008, iniciei no Triathlon num evento da PROGEST da UFRPE organizado pelo Professor Sidney da Educação Física e gostei muito e segui treinando regularmente e acompanhado por um técnico, Hilton Coutinho desde então. Em 2011, fazendo um estágio de pós-doutoramento em Barcelona na Espanha, com o frio daquele ano, iniciei os treinamentos na modalidade indoor para não passar os 4-5 meses de outono-inverno por lá e, desde então, incorporei a modalidade aos treinos semanais", afirmou.
O professor já destaca que está registrado para participar das competições em 2022: "estou Confederado novamente e tentarei etar presente em todas as etapas novamente. A de outubro será em Recife! Isso se dá muito por causa da participação de pernambucanos nas provas! A Mirella, estudante da UFRPE, que participou dos JUBs este ano nesta modalidade foi muito importante para isso. Seria bom termos muito mais estudantes da UFRPE participando."
Do virtual para a sala de aula
No Colégio Dom Agostinho Ikas, a professora Carla Caroliny, da Educação Física, ministra para os seus alunos do segundo ano do ensino médio a disciplica de jogos eletrônicos, com foco para os exergames, jogos nos quais o jogador precisa se movimentar para poder atingir os objetivos. "Ao propor aos alunos as atividades nos exergames, puxando o foco para a mistura dos jogos eletrônicos com a educação física", afirmou.
Durante o processo, a docente participava do projeto de extensão "Pedala Rural" e neste grupo ela foi apresentada ao ciclismo virtual: "em uma das reuniões do projeto conheci o Artur Bandeira e ele me apresentou o ciclismo virtual e me disse que havia uma aluna da UFRPE praticante da modalidade."
Depois desta apresentação, Carla convidou Artur para ministrar uma aula e apresentar o ciclismo virtual para os alunos. Após isto, foi feita uma live com a estudante Mirella Rayane para apresentar o esporte no canal do Youtube do CODAI. Esta live também contou com a participação do professor Jones Albuquerque e Schubert Abreu, da Ciclismo Virtual Brasil.
Para o futuro, a docente almeja colocar em prática a modalidade, mesmo sabendo das dificuldades: "sabemos que o investimento para adquirir equipamentos é alto e ainda é algo abstrato, mas as ações que realizamos foram um ponto de partida. Os alunos ficaram interessados e entusiasmados com algo novo e cativante", finalizou.