A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em parceria com diversas instituições nacionais e internacionais, teve aprovadas duas propostas de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) na mais recente chamada pública do CNPq. As propostas estão entre as sete aprovadas por instituições pernambucanas, consolidando um marco histórico para a UFRPE, que estará à frente de ambos os INCTs, algo inédito na história da Instituição.
Os projetos são coordenados pelos professores Rinaldo Aparecido Mota, do Departamento de Medicina Veterinária, e Clístenes Williams Araújo do Nascimento, do Departamento de Agronomia. Ambos bolsistas de produtividade do CNPq.
As propostas envolvem redes inter e transdisciplinares de pesquisa, com a participação de instituições acadêmicas e apoio do setor privado, visando ao desenvolvimento de soluções inovadoras com impacto social, ambiental e econômico.
O INCT coordenado pelo professor Rinaldo Aparecido Mota propõe a criação de uma rede multidisciplinar dedicada ao estudo e enfrentamento das Doenças Negligenciadas (DNs) no Nordeste brasileiro, com foco em áreas de alta vulnerabilidade social e econômica. A estrutura do instituto será composta por quatro núcleos de pesquisa: DNs causadas por parasitas; por bactérias e fungos; por vírus; e um núcleo voltado à educação e divulgação científica. A proposta também contempla o estudo dos impactos ambientais — como desmatamento e poluição — sobre a ocorrência e epidemiologia dessas doenças, além da identificação de novos hospedeiros animais e agentes infecto-parasitários. O objetivo é implementar medidas mais eficazes de controle, fortalecer as redes de vigilância epidemiológica e ampliar a notificação de casos, reduzindo a subnotificação e contribuindo para respostas mais ágeis e eficientes.
Já o INCT sob a coordenação do professor Clístenes Williams Araújo do Nascimento será voltado à aplicação de biotecnologias à mineração, estruturado em quatro eixos principais: (1) identificação de espécies nativas hiperacumuladoras de metais estratégicos; (2) remediação de áreas degradadas por meio de plantas e microrganismos; (3) biomineração, com o uso de microrganismos para solubilização de metais; e (4) desenvolvimento de Tecnosois vegetados para aumentar o sequestro de carbono e mitigar emissões de CO₂. A proposta visa à recuperação sustentável de metais, transformação de rejeitos em recursos e redução dos impactos ambientais da atividade mineradora, promovendo a economia circular e a inovação no setor.
