Janeiro chegou e com ele o desejo e a promessa de ter um ano diferente. É a época das promessas, da vontade de pôr em prática tudo aquilo que não pode ser vivenciado no ano que passou. Um novo ano chega com o desejo de renovação! E foi nesse desejo de renovação que a campanha janeiro branco foi criada há sete anos por um grupo de psicólogos de Uberlândia – MG e se espalhou por todo o Brasil.
Esse ano, a campanha está na sua 8° edição e traz como tema central: “Saúde mental? Todo cuidado conta!”
O principal objetivo da campanha Janeiro Branco é fazer do mês de janeiro um marco para se pensar ações de saúde mental que vigorem por todo o ano. É fomentar as ações de promoção à saúde mental e colocar como pauta principal esse tema tão fundamental para a existência humana, pois sem saúde mental não há saúde! Segundo seus organizadores: “o seu objetivo é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições humanas.”
E como pensar em ter saúde mental e em renovação em meio a uma pandemia? Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) 1 mostram que após a vivência de experiências sociais marcantes e trágicas a incidência do adoecimento mental aumenta significativamente. Além disso, a vivência de medidas sanitárias como o isolamento social, traz junto um aumento do desconforto emocional e sentimentos de solidão, tristeza, estresse e ansiedade 2 .
A organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) 3 alerta que “estima-se um aumento da incidência de transtornos psíquicos (entre um terço e metade da população exposta pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, de acordo com a magnitude do evento e o grau de vulnerabilidade)”. Há diante dessa experiência trágica um viés social e econômico que faz com que pessoas vivenciem de forma mais intensa e desagradável uma epidemia. Embora se deva destacar que nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças, a maioria será reações normais diante de uma situação anormal 3,4 .
Janeiro traz a possibilidade do novo, de pensar e buscar ações que nos ajudem a alimentar a esperança em dias melhores. O janeiro branco nos faz acender a chama da esperança e o despertar para o cuidado com a saúde mental.
Desde abril de 2020, a UFRPE vem oferecendo diferentes canais de comunicação e atenção à saúde mental. O contato pode ser realizado por meio de telefones disponibilizados pelo Núcleo do Cuidado Humano, que atende através da metodologia do Centro de Valorização da Vida (CVV), por páginas das mídias sociais criadas pelos Núcleos de Assistência e Promoção à Saúde (NAPS) das Unidades Acadêmicas. Além desses, o Departamento de Qualidade de Vida (DQV) criou o e-mail de acolhimento que já atendeu mais de 70 pessoas durante esse período.
No acolhimento realizado pelo DQV, você será atendido através de uma escuta qualificada e especializada que buscará dar apoio e orientação. Os interessados devem mandar e-mail para acolhimentodqv@outlook.com com nome, telefone e e-mail e, se desejar, um breve relato dos motivos que o fizeram procurar o serviço.
- Porque todo tipo de cuidado importa e conta!
Referências
1. World Health Organization (WHO). Mental health and psychosocial considerations during the COVID-19
outbreak. WHO, 2020. Disponível em:
https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/mental-health-consi...
Acesso em: 06/01/21.
2. Brooks SK, Webster RK, Smith LE, Woodland L, Wessely S, Greenberg N, Rubin GJ. The psychological
impact of quarantine and how to reduce it: Rapid review of the evidence. The Lancet, 2020; 395:912-920.
http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736 (20)30460-8.
3.Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Proteção da Saúde Mental em Situações de epidemias.
(Organização Mundial da Saúde) OPAS, 2020. Disponível em:
https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/Protecao-da-Saude-Mental-em-Sit...
Portugues.pdf Acesso em: 04/01/21.
4. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Quarentena na COVID – 19 – Orientações e estratégias de cuidado.
Apostila do curso Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia COVID-19. Fiocruz-Brasília, 2020.
Disponível em: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/a-quarentena-na-covid-19-orientac...
cuidado/ Acesso em: 04/01/21.
Autoras:
Alice Barros – Enfermeira NAPS/UABJ/UFRPE – Mestre em Enfermagem (UFAL)
Luana Amaral – Psicóloga DQV/UFRPE – Mestre em Psicologia (UFRN)
Marina Mendes – Odontologa-sanistarista DQV/UFRPE–Doutora em Saúde Internacional (IHMT)